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QUEM É, E O QUE FAZ UM PROFISSIONAL PRÁTICO DE NAVIOS?

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Uma das fontes de maior riqueza e geração de empregos do nosso país e de tantas outras nações é o setor portuário. O comércio marítimo movimenta enormes quantias todos os dias ao redor do mundo. Aliás, muitos dos produtos que adquirimos e que utilizamos em nossas casas e locais de trabalho passam pelos portos. Mas a Engenharia Naval e Portuária precisa da assistência de um profissional, cuja carreira pode ser uma das mais expoentes no segmento, este o prático de navios. Saiba mais no texto a seguir!

O QUE FAZEM OS PRÁTICOS DE NAVIOS?

Quem não tem, em seu dia-a-dia, qualquer atividade ligada ao mar, deve ter muitas dúvidas sobre essa profissão. Pois bem, a praticagem de navios é uma profissão antiga e que se faz necessário em todo o mundo desde os primórdios da navegação. Aqui, no Brasil, por exemplo, já é regulamentada pela Marinha desde 1808. Ela tem a ver com manobras de embarcações de atracação e desatracação, além da navegação no canal de acesso ao porto. Ou seja, podemos dizer que os práticos são quase como “manobristas de navios”; por isso super valorizados na cadeia de logística e transporte.

A saber, na Amazônia, por exemplo, essa navegação pode levar 3 dias, com 2 práticos se revezando no passadiço do navio.

De acordo com a Organização Marítima Internacional (IMO), que é da Organização das Nações Unidas (ONU), uma quantia considerável de acidentes na navegação acontecem por falta de práticos ou práticos sem o devido preparo. E, nesse caso, tais situações podem levar a graves acidentes com mortes e também perdas financeiras milionárias – inclusive de infraestruturas. Não podemos nos esquecer do caso do Canal de Suez, no Egito, em 2021, quando um navio trancou a frota marítima mundial, ocasionando atrasos de entregas e oscilações de mercados por todo o mundo.

FORMAÇÃO

Um prático precisa saber manobrar navios, pegando-o em velocidade máxima e encostando-o no cais lentamente, bem rápido e a poucos centímetros da margem. Então, como você pode imaginar, esse trabalho é bastante delicado e requer muito conhecimento. A questão é que, hoje, não existe curso específico no mercado para formação de profissionais. Claro que algumas escolas oferecem instrução sobre isso.

Em verdade, só um prático pode preparar outro prático. Quando há um processo seletivo – o que é raro – é para um “estagiário” (praticante de prático) – e até existem cursinhos que preparam para isso -, terminando em uma prova de manobra de navio em simulador, além de conhecimentos em hidrodinâmica, meteorologia, correntes marítimas, engenharia naval, os jargões da profissão, e mais, fora análise de currículo; e se passar, ainda precisa fazer um programa de treinamento de, no mínimo, um ano, em que acompanha centenas de manobras. só depois desse programa, pode prestar o exame de habilitação para prático a bordo. Ainda sobre a atracação, pode-se dizer que é uma “colisão controlada”, ou seja, o navio “colide” contra as defensas do cais em um espaço previamente determinado e de forma suave. A manobra de atracação é uma composição vetorial em que o Prático se utiliza da propulsão do navio, do leme, do emprego do(s) rebocador(es) e das forças da natureza como vento e corrente, para fazer com que o movimento resultante do navio o leve a encostar no espaço alocado para ele no cais de maneira suave e controlada. Em alguns terminais, existe uma velocidade máxima de aproximação na fase final da atracação, e os Práticos possuem controle efetivo dessa velocidade.

Só que, sempre, os práticos realizam suas atividades de forma privada, apesar de ser algo de interesse público. No Brasil, todos conseguem entrar na atividade por meio de processo seletivo público – o que é diferente de concurso público. Porém, os práticos podem se organizar individualmente, em Sociedade Econômica Simples ou Empresária, Contratado por empresa de praticagem. E, sem periodicidade fixa, a seleção para prático ocorre para delimitar os selecionados e os locais de trabalho.

 

Já quanto às vagas, elas surgem seguindo critérios da Marinha estabelecidos na NORMAM-12, quando há:

 

·         Expectativa do tráfego de embarcações (decorrente das sazonalidades, investimentos, desinvestimentos ou fatores naturais);

·         Relação entre o número de Práticos habilitados e o efetivo da ZP;

·         Manutenção da qualificação dos Práticos;

·         Especificidades de cada ZP;

·         Custos para a União;

·         Outros, decorrentes de situações não previstas

 

COMO É O DIA-A-DIA DO PROFISSIONAL PRÁTICO?

Os práticos de navios trabalham em sistema de rodízio de escalas de trabalho – assim como os servidores de petroleiras ou tripulantes de navios, incluindo cruzeiros. A primeira coisa que eles fazem quando chegam ao seu local de trabalho, que é o porto, é embarcar em uma lancha de características especiais. Com esse veículo, eles seguem até o ponto de embarque ao qual foram destinados – a saber, existem 20 zonas de praticagem no Brasil.

O momento do desembarque depende do sucesso de uma manobra bastante perigosa, de alto risco para o profissional. Já dentro do navio, o prático entra em contato com o comandante, que lhe informa as características da embarcação. Depois, é a vez do recém-chegado realizar as devidas manobras para levar o navio até perto do cais. Parece simples, na teoria; mas, na verdade, é tudo muito complicado e arriscado.

Fontes: Diário do Nordeste, Porto Gente
Imagens: Frank Gayde por Pixabay, Thanasis Papazacharias, PublicDomainPictures por Pixabay.